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sábado, 28 de setembro de 2013

INSIGHT: UMA QUESTÃO DE SORTE OU INTELIGÊNCIA?

De onde vêm os insights? O que é preciso para uma pessoa ter insights? Por que algumas pessoas são tão boas em ter insights e outras parecem menos afortunadas? Será uma questão de sorte? Será uma questão de inteligência? Será que eu também sou capaz de ter um insight?

Vamos começar essa conversa, desmistificando o significado da palavra insight.

Segundo o Dicionário Oxford de Etimologia, insight é uma palavra composta da preposição IN (dentro) + a palavra SIGHT que é provavelmente de origem Germânica ou Escandinava e significa: – uma visão mental ou percepção; penetração através do entendimento.

Segundo os dicionários, sua origem é datada aproximadamente por volta do ano de 1580.

Como uma palavra tão simples pode ter tamanho significado? Inovação parece um tema tão atual, mas as pessoas já tinham insights há quase 500 anos? Na verdade as pessoas tem insights há muito mais tempo do que isso. Um insight é um fenômeno natural humano oriundo da capacidade do homem de raciocinar, questionar e de refletir sobre temas, mesmo que a linguagem não tenha meios de expressá-lo. Em Português, por exemplo, não temos uma palavra para expressar o significado de insight, por isso tomamos essa expressão emprestada do inglês e incluímos e nosso próprio dicionário. Segundo o Dicionário Moderno da Língua Portuguesa Michaelis, insight significa: 1. Poder de discernimento e compreensão das coisas. 2 Conhecimento intuitivo repentino para a solução de um problema.

Ah! Então insight tem a ver com intuição!

A capacidade de um indivíduo de ter um “insight” está ligada diretamente à sua capacidade de exercitar sua intuição na busca de sentido e compreensão do mundo à sua volta. Segundo o IIT, Institute of Design, uma das mais respeitadas escolas de Design do mundo: – Insight é uma interpretação (conclusão que você tirou) que explique um fato na totalidade ou em parte e/ou porque esse fato acontece. Um bom insight precisa ser um acontecimento novo, diferente ou um fato que ocorra freqüentemente. Gosto da definição do Institute of Design porque traz um elemento novo para essa explicação: “Por que?”.

Uma confusão muito comum é pensar que um insight significa encontrar uma solução, um insight significa ter a intuição sobre qual é o problema central que, se resolvido, será transformado em uma solução que irá gerar uma inovação. Enfim, um insight é o encontro do ser humano com a essência do problema.

Segundo o filósofo Grego Sócrates (469 A.C. – 399 a.C.), nenhum problema pode ser resolvido sem uma profunda reflexão sobre ele. Sócrates criou um método, conhecido como “Método Socrático”, que consiste em fazer um debate entre indivíduos, através de perguntas e respostas, sobre todos os possíveis pontos de vista relacionados a um tema. Sempre que uma resposta satisfatória for encontrada, segundo Sócrates, deveríamos fazer uma pergunta contrária àquela afirmação para continuar o debate.

Mas vocês devem estar pensando agora mesmo: – “Ah, mas os tempos são outros. É impossível ter insights! No dia-a-dia das nossas organizações não temos tempo para pensar. Nós temos clientes para atender, problemas para resolver, temos que vender e meu chefe ainda me cobra sobre idéias para inovar e nos diferenciar da concorrência. Na minha vida pessoal quero dar uma melhor educação para meus filhos, tenho que manter meu relacionamento com minha/meu esposa/marido, tenho que me provar como profissional, quero crescer profissionalmente, tenho que lidar com meu chefe etc.

Nossa! Quanta oportunidade para se ter um insight, ou uma chuva deles! A verdade é que pensar não demanda tempo adicional. Já estamos pensando o tempo todo em nossos problemas. É uma coisa que fazemos inconscientemente. A questão é que a nossa mente não está preparada para pensar de forma sistemática sobre esses problemas. Normalmente focamos nos efeitos dos problemas e não em sua essência, em “porque” uma determinada coisa acontece.

Enfim, como vimos, todas as pessoas são capazes de ter insights. Vimos também que ter um insight não é encontrar uma solução, mas ter a intuição sobre qual é o problema e porque ele acontece. Então, todas as pessoas são capazes de ter insights que podem levar à inovação, é uma questão de prática. Bons insights não são descobertos, eles são desenvolvidos.

Aqui tem 3 dicas para você exercitar sua capacidade de gerar e desenvolver insights vencedores:

Questione

Seja curioso. Não só sobre o seu trabalho ou negócio, mas seja curioso sobre o mundo. Pergunte porque as coisas acontecem, como funcionam e porque elas existem. Pessoas com maior capacidade de geração de insights são pessoas ecléticas e profundas observadores do mundo em diversas disciplinas.

Crie

Tire suas próprias conclusões sobre um tema. Crie seu próprio ponto-de-vista e
as hipóteses sobre porque você acha que um determinado fato acontece. Escreva suas hipóteses de forma concisa. Um formato que gosto é o formato de perguntas, pois elas ajudam a compartilhar o pensamento de forma construtiva e convidam outras pessoas a participar.

Compartilhe

Esteja preparado para compartilhar seus pontos-de-vista com outras pessoas, e, acima de tudo, esteja preparado para ouvir os pontos-de-vista dos outros. Não tente defendê-los, isso não é uma batalha de egos. Explore porque aquela pessoa pensa daquela forma e teste suas premissas em um ambiente real. Tente destruí-las sem medo de estar errado, pois os erros são cruciais para o melhor desenvolvimento de um insight.

Esse é um processo cíclico que se retro-alimenta. Execute-o quantas vezes forem necessárias, refinando e desenvolvendo seus insights até transformá-los em insights vencedores. Qual a hora certa de parar? Não existe hora certa. Quando mais você pensar e compartilhar, mais rico será o seu insight. Mas como saber se um insight está pronto e se ele é realmente um insight vencedor? Não existe formula mágica. Use a sua intuição. Garanto que você saberá quando você tiver um insight vencedor nas mãos. Essa é a beleza da inovação. É trilhar caminhos que ninguém trilhou, é navegar na complexidade e na incerteza. É mergulhar no desconhecido.

Benvindo ao mundo da inovação!


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